Relato de Caso de Doença Autoimune

publicado dia 27/09/17

Um Pedido a Aladim

 

VERA GONDIM é Terapeuta Floral, Practitioner e Professora credenciada pela Australian Bush Flower Essences; Pós-Graduada em Terapia Floral pela UERJ/IBEHE; Professora do Curso de Pós-Graduação em Terapia Floral da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);

Coordenadora do Núcleo de Atendimento Popular em Terapia Floral da Pastoral da Saúde, da Ordem Franciscana de Petrópolis; Coordenadora do Grupo de Terapeutas Florais Voluntários de Petrópolis para Assistência aos Desabrigados da Enchente do Vale do Cuiabá em 2011.

 

 

Minha primeira pergunta ao Lucas, em nossa primeira sessão, foi:

-“Se eu desse a você uma lâmpada mágica de Aladim e sugerisse que fizesse um pedido, o que você pediria?”

-“Para comer mais coisas: verduras, legumes…”, ele me respondeu.

Considerei a resposta um tanto incomum para um menino de 11 anos de idade. E arrisquei outra pergunta:

-“Por que você gostaria de comer mais coisas ?”

Aí ele me respondeu de forma certeira:

-“Para ficar forte.” Deu uma paradinha e completou baixinho: “Por dentro”.

Com essas palavras, compreendi toda a natureza de seu problema.

{ © Essencias Florais – FES Flower Essences Service – Florais da California – Imagem Cedida para Divulgacao de Produtos}

Foi Rose, uma tia e madrinha, quem o trouxe ao meu consultório. 

Segundo o médico, Reumatologista do Hospital Universitário do Fundão (UFRJ), o menino sofria de Esclerodermia – uma doença auto-imune – e sua taxa de leucócitos variava de acordo com sua condição emocional. Rose relatou que o médico havia explicado à família que este problema tinha um forte componente emocional e recomendado que se procurasse a Terapia Floral, que vinha apresentando muito bons resultados neste tipo de caso.

A mãe de Lucas, Giselle, veio de uma história de abandono. Num belo dia de sua infância, sua mãe juntou seus dois filhos – ela e o irmão – e disse que iria embora e que eles nunca mais a veriam. E assim fez.

Uma vez adulta, Giselle se casou e acabou por engravidar do Lucas, mas não se sentia capaz de ser mãe. Tinha medo de assumir uma criança e acabar repetindo a história de sua mãe. Queria fazer um aborto mas sua família a impediu. Assim, apesar de ter a presença física da mãe, Lucas veio ao mundo trazendo também uma história de abandono.

Rose, cunhada de Giselle, “adotou” afetivamente Lucas, antes mesmo de nascer: deu todo o enxoval e se tornou sua madrinha.

Aos nove meses, Lucas teve meningite e precisou ficar amarrado à cama do hospital porque suas veias estouravam ao menor movimento. A partir dessa hospitalização, Lucas entrava em pânico ao ver alguém vestido de branco. Sempre demonstrou ter uma natureza muito sensível.

Em pequeno, quando cada pessoa querida saía de casa, Lucas somatizava e tinha febre. Era sempre “antenado” em tudo e se preocupava com todos. Não conseguia expressar emocionalmente o que sentia. A expressão acabava acontecendo através do corpo.

Devido à Esclerodermia, Lucas apresentava várias manchas na pele, na região da barriga e das pernas. As manchas eram escuras e com textura endurecida, como cascas grossas na pele. Segundo a avó, quando iniciamos o trabalho com os florais, a doença estava começando a atingir as mucosas (internalizando).

A mãe de Lucas era muito exigente com ele e costumava repetir que iria exigir notas boas, “mesmo que ele cubra o corpo todo de feridas”.

{ © Essencias Florais – FES Flower Essences Service – Florais da California – Imagem Cedida para Divulgacao de Produtos}

Lucas tinha medo do escuro, de cobra e de aranha (“sempre tive!”) e me pediu ajuda para ficar mais alegre. Considerava-se tímido (“tem coisa que eu tenho vergonha de falar quando tem muita gente em volta”).

Levou, feliz, seu primeiro vidrinho de floral. Ao retornar, ele mesmo se avaliou:

-“Eu estou bem, eu melhorei. Não estou mais estressando. Antes, quando eu pedia alguma coisa e ninguém queria fazer, eu ficava estressado. Outro dia, meu pai não fez o que eu pedi e eu nem fiquei estressado com ele… Reparei na hora ! Percebi também que estou rindo mais, que estou mais alegre. Sabe? Eu me sentia meio fraco por dentro. Não sei explicar. E agora estou me sentindo mais forte por dentro. Isso é ter mais coragem ? É isso, “coragem” é a palavra certa.”

A mãe, que o acompanhou dessa vez, fez suas considerações:

“- Ele está bem, mais alegre. Antes, quando eu mandava tomar banho, ele ia com cinco pedras na mão. Agora vai cantando, vai assobiando. Está rindo muito. Ele era tão fechado… Agora está contando mais as coisas…”

À medida em que Lucas se fortalecia interiormente e aprendia a lidar com sua sensibilidade, começando a expressar suas emoções, demonstrava sentir-se mais seguro e menos vulnerável. A redução de sua vulnerabilidade emocional parecia estar começando a se refletir no físico.

Segundo a mãe, o médico relatou que houve certa reversão da doença quando esta deixou de atingir as mucosas, ficando estacionária na parte externa do corpo. As manchas na barriga e na perna passaram a manter seu tamanho, interrompendo seu processo de expansão.

Fiz uma tentativa de trazer a mãe de Lucas para a terapia mas ela rechaçou a proposta. No entanto, aceitou um vidro de floral.

À sessão seguinte compareceu a avó paterna:

-“O médico falou que ele está bem. Disse que não tem remédio e que tem que trabalhar a parte emocional. Lucas tem um gênio difícil mas, depois que começou a tomar os florais, está mais compreensivo, mais carinhoso. Antes ele ficava irritado e detestava ter que passar os remédios e pomadas na pele. Agora vai todo alegre…”

Nesta sessão, Lucas me diz que está brincando mais com as outras crianças da escola. Expliquei a ele o funcionamento do seu sistema imunológico, usando a metáfora de um batalhão militar do Exército de um país. Mostrei a ele que, dentro do seu corpo, existem muitos agentes de defesa trabalhando incansavelmente a seu favor, mesmo quando dormindo. Mostrou-se confiante e repetiu algumas vezes que havia achado “muito legal” saber disso.

Antes da consulta seguinte, Rose me ligou dizendo que a mãe havia convencido Lucas a não vir mais às consultas, porque achava que ele estava ficando “independente demais…” Rose conversou com ele e o convenceu a vir. O reumatologista havia dito a ela que a imunidade do Lucas havia melhorado muito e recomendou que ele não parasse a Terapia Floral, ressaltando que seria “fundamental” para ele. Segundo o médico, os exames espelharam a melhora emocional obtida.

Em nosso encontro seguinte, a avó relatou que o reumatologista havia dito que as manchas não só haviam estacionado em seu tamanho como também estavam, naquele momento, apresentando melhoras: estavam menos espessas, mais macias e de coloração mais clara. O médico reafirmou que o floral era essencial: era o que iria resolver a causa do problema, segundo a avó.

Quanto ao emocional, a avó disse:

“- Meu marido acha que ele já está de 80 a 90% de bom. Não briga mais. Está compreensivo, educadinho, alegre. Antes, tudo era uma luta. Ele não sabia decidir as coisas, ficava na dúvida. Agora, se ele diz “não”, é não; se diz “sim”, é sim.

Lucas entrou em minha sala muito alegre, dizendo:

-“Eu estou muito bem. Estou mais light e menos preocupado. Estou levando as coisas de uma forma mais tranquila. Estou me sentindo mais forte por dentro e menos tímido. Antes eu era [tímido]. Agora não sou mais, e estou até perguntando mais na escola. Não sinto mais medo de dormir no quarto de fora da casa da tia Rose. Antes sentia”.

Voltei à conversa sobre o “batalhão interno” e sugeri que Lucas o estimulasse, dizendo que confiava nele e que sabia que poderia contar com ele para sua defesa. Expliquei que a Esclerodermia era uma forma que seu corpo havia encontrado para defender a grande sensibilidade que ele tinha e mostrei que, fortalecendo-se por dentro como estava fazendo, não iria mais precisar de “cascas” como defesa. Fiquei de conduzi-lo a uma conversa com este “batalhão” na sessão seguinte. Saiu todo animado.

{ © Essencias Florais – FES Flower Essences Service – Florais da California – Imagem Cedida para Divulgacao de Produtos}

Na sessão seguinte, entrou falando:

-“Acho que estou com mais segurança. Estou menos tímido. Só sei que estou falando mais. Não tenho mais medo de ficar sozinho num lugar que não conheço. Já acabou. Estou também menos briguento. Não fico mais magoado. Fico é com birra e não falo mais com aquela pessoa.”

HURRA !!! Está começando a expressar seus sentimentos !

Fiz com ele um trabalho interior de, após um relaxamento inicial, conduzi-lo de forma consciente numa viagem ao seu Sistema Nervoso Central – sede do “Comando Central de Suas Defesas”, como o Ministério da Defesa, sediado em Brasília -, segundo lhe expliquei. Levei-o a dialogar com este “Comando Central”, pedindo que trabalhasse em sua defesa e que tomasse as medidas necessárias para que pudesse recuperar sua saúde. Informamos a este “Comando” que Lucas já se encontrava muito forte por dentro e que não precisava mais adoecer para se proteger. Fomos em seguida conversar com os “soldados” [os leucócitos], dizendo que ele estava entregando a eles a missão de defendê-lo de qualquer ataque. Finalmente, fomos visitar a medula óssea, pedindo que fabricasse mais “soldados” para agirem em sua defesa. Adorou fazer esta “viagem”!!

Novos exames foram feitos e o médico ficou muito satisfeito com os resultados.

As manchas do corpo começaram a diminuir e a perder a continuidade, fragmentando-se em pedaços menores, como se fossem ilhas pertencentes a um arquipélago, e várias partes começaram a cicatrizar. O próprio Lucas disse: “- Deu uma melhorada grande nas manchas. Totalmente. Aqui era tudo junto e agora separou tudo”, apontando para seu corpo, cujas manchas estavam se fragmentando.

15/02/05

07/04/05

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Como ele passou a se sentir ? É ele mesmo quem vai dizer:

-“Estou mais animado. No colégio não estou ótimo, mas estou bem. A cabeça está no lugar agora. É que o colégio está difícil. O médico me disse que estou melhorando. Estou falando o que estou sentindo, até demais. Tô falando pra caramba !!! (sic) É bem melhor, bom demais. Eu me sinto mais leve. Estou bem fortão por dentro !”

O tratamento de Lucas prosseguiu, apresentando melhoras consideráveis, até que a família decidiu interrompê-lo, após cerca de um ano de trabalho.

*Os nomes mencionados acima são fictícios.

** As fotos foram tiradas com autorização escrita da família.